Desde os primórdios da humanidade, uma das questões nas quais mais pensamos é justamente a da mobilidade. E, graças à nossa capacidade criativa e inventiva, conseguimos aplicar as tecnologias para achar várias soluções que resolveriam os nossos problemas de transporte ao longo de vários milênios.
Foi assim com a invenção da roda, que permitiu o desenvolvimento dos rolamentos, que se transformariam em rodas milênios à frente da sua origem. Ao mesmo tempo, os cavalos, que antes eram nossa montaria, começaram a servir de “motor” para carregar nossos carros de carga e, dessa forma, surgiram os “cavalos de potência”, usados até hoje para quantificar a força dos motores dos nossos automóveis.
A curva tecnológica foi crescendo de forma exponencial e, com isso, as tecnologias de propulsão também se desenvolveram. Nossos meios de transporte foram então também ficando mais rápidos, mais eficientes e até menos perigosos.
Entretanto, neste processo, acabamos por deixar de lado a importância dos recursos naturais. Hoje, a natureza pede para ser vista mais uma vez como prioridade nas nossas mentes individuais e coletivas. Isso também inclui rever nossas práticas de mobilidade tanto em âmbito privado como de políticas públicas, passando por nossa relação com o petróleo, que hoje abastece nossos veículos e que talvez tenha que ser eliminado em alguns anos pelo bem do planeta.
Carros elétricos são mais antigos do que pensamos
O carro em sua forma moderna foi produzido pela primeira vez em 1886 por Karl Benz na Alemanha, com o objetivo principal de transporte individual. Entretanto, sua popularização e massificação só foram acontecer 28 anos mais tarde, com o célebre modelo T da Ford, cujo mercado foi impulsionado graças à mente do fundador da companhia, Henry Ford, que sabia que a criação de demanda é a peça-chave do sucesso não só de produtos, mas da economia em si.
O mais interessante é que os carros modernos originais também contavam com motores elétricos, sendo até preferidos aos modelos que usavam óleo entre o fim do século XIX e o começo do século XX. No entanto, os mesmos foram deixados de lado por conta da preferência de barateamento dos custos de produção dos carros, que implicaria na adoção de motores a combustão. Assim, o petróleo, que já servia de abastecimento para uma série de indústrias, como a petroquímica e de transformação, começaria também a dominar o mercado automobilístico.
Uma vez que a popularização do carro começou a atravessar as fronteiras dos Estados Unidos e da Europa, o mesmo foi feito com o petróleo. A motivação pela exploração do petróleo acabou por gerar uma cadeia industrial que costuma beneficiar uma série de países que têm grandes reservas dessa fonte de energia, como é o caso até hoje de Venezuela e Arábia Saudita. Porém, o mesmo óleo que abastece os carros – e os bolsos – da população também traz danos para o meio ambiente.
Fórmula 1 dá a largada
O estudo sobre a influência humana nas mudanças climáticas tem origem no século XIX, com pesquisas sobre o efeito da poluição na saúde da população. O consenso científico, entretanto, só começou a ser formado a partir da década de 1980, culminando com os achados sobre os efeitos das emissões de clorofluorcarbonos, que destroem a camada de ozônio, e dos gases estufa, que afetam a temperatura média do planeta.
Em conjunto com esses achados, ambientalistas têm feito campanhas para que mudanças concretas nas nossas condutas diárias sejam alcançadas com certo sucesso, e até mesmo o mundo dos esportes foi afetado por essa concepção. Um dos maiores exemplos do ramo é a Fórmula 1, esporte acompanhado por tantas pessoas mundo afora que conta com grande cobertura da imprensa internacional, em canais como a BBC, da Inglaterra, e chega inclusive a ter odds relacionadas a seus torneios, disponíveis em sites de apostas online, como o da Betway Esportes. Particularmente no Brasil, a Fórmula 1 criou heróis nacionais, como Ayrton Senna, que até hoje é lembrado como um dos maiores tesouros do esporte brasileiro, inspirando novos pilotos de corrida e até supercarros que carregam o seu sobrenome.
Desde 2014, a Fórmula 1 introduziu motores híbridos em seus veículos, reduzindo, assim, sua pegada de carbono. Talvez isso pareça uma iniciativa pequena perante o cenário macro das emissões de gases, mas é um exemplo que vem sendo seguido por outros esportes automotivos e até pelas empresas de automóveis envolvidas no cenário da modalidade. Além disso, algumas marcas fabricantes de carro, como a MINI, também vêm incluindo em suas linhas a tecnologia híbrida e os modelos elétricos há algum tempo.
Indo além das “pequenas iniciativas”
A iniciativa da Fórmula 1 pode ser apenas o começo do fim de uma prática que, ao longo dos anos, torna-se cada vez menos sustentável. Para além do voto dos consumidores com o seu bolso, ignorar os danos e os prospectos do sistema vigente, não se preocupando quanto a emissões de poluentes na atmosfera, torna-se algo bem difícil de ser ignorado por governos – independentemente da bandeira por eles levantada.
Tudo começa com os esforços de menor escala. Nossos próprios hábitos de consumo têm sido modificados, incluindo a matriz energética dos nossos carros. Mais e mais esforços têm sido feitos por empresas automotivas para reduzir as emissões de veículos a combustão, ao mesmo tempo que mais carros elétricos – cuja emissão de carbono é próxima a zero – têm tomado cada vez mais espaço nas ruas.
Para que esse movimento continue a ter força, é preciso que os governos continuem também a dar os devidos incentivos a tais iniciativas. Cortes de impostos para a compra de veículos elétricos e criação de linhas de crédito para que os mesmos se tornem mais fáceis de se adquirir não bastam. É preciso que tenhamos também a expansão de postos de abastecimento, como já vem acontecendo em algumas localidades, acompanhada de um processo de redução das emissões na linha produtiva destes veículos.
Dessa forma, quem sabe em um futuro breve, o Brasil possa aproveitar a grande importância do mundo da sustentabilidade para liderar os esforços mundiais nesse campo outrora negligenciado.